terça-feira, 4 de setembro de 2007

AINDA A LIGAÇÃO ISNA (OLEIROS) - PONTÃO DO LARANJEIRO (PROENÇA)

Caros amigos, após algum tempo de interregno, é intenção reactivar este espaço, onde não se publicam artigos há já algum tempo. O Pinho Bravo original (www.pinhobravo.blog-city.com) vai ser desactivado em Dezembro, pelo que lentamente iremos mudando tudo para esta nova casa.
Para já, e dando uma olhada por artigos antigos, quero retomar um velho assunto. A memória das pessoas é curta, mas relembro um artigo publicado no Pinho em Fevereiro de 2006 acerca da ligação Isna (Oleiros)-Pontão do Laranjeiro (Proença) - http://pinhobravo.blog-city.com/read/1639731.htm (clicar para ver artigo).
Fica a pergunta. Alguma coisa mudou? Posso garantir-vos que, neste último mês de Agosto, tudo permanecia na mesma, conforme atesta o Rui (que não conheço pessoalmente) no Oleiros Zoom - http://oleiroszoom.blogspot.com/2006/02/ser-que-eles-no-se-falam-afinal-parece.html (clicar para ver).
Esta ligação, nas palavras de todos os responsáveis, sempre foi vista como importante para ligar Oleiros à A23 e ao IC8. Isso sempre foi assumido pelas entidades oficiais. E todos os anos saem notícias nos jornais (obviamente, acompanhadas de uma foto do presidente da câmara) a darem conta de progressos neste assunto. Podemos facilmente comprovar isso, analisando as edições do Reconquista dos últimos anos. No entanto, e por paradoxal que pareça, este assunto (falado há tanto tempo) ainda não passou disso - de conversa, na prática está tudo na mesma.
Sabemos que estas coisas demoram, concursos, e fundos, e afins, mas que raio, uma obra só é uma obra quando de facto está pronta para as pessoas utilizarem! Até lá, por muito avançado que esteja o projecto, não passa disso, de projecto. A verdade é que falam nisto há anos (e isso só por si não é negativo, até pode servir para pressionar as entidades responsáveis). O problema é que apontam sempre uma data que, à boa maneira portuguesa (todos os prazos derrapam, todos os orçamentos são revistos por cima, enfim...), nunca se revela afinal a data correcta para o avanço das obras.
Mas recordemos o artigo do Reconquista que se transcrevia (datado de Fevereiro de 2006):
"As propostas do concurso público para a construção da Estrada Nacional 351, entre a Isna e o Pontão do Laranjeiro, que liga os concelhos de Oleiros e Proença-a-Nova, acabam de ser abertas. No total concorreram 17 empresas para a construção daquele troço que terá um perfil de itinerário principal, com uma extensão de cerca de 13 quilómetros. A proposta mais baixa ronda os 16 milhões 281 mil euros e a comissão irá agora analisar todos os processos concorrentes. José Marques, presidente da Câmara de Oleiros, e João Paulo Catarino, presidente da autarquia de Proença-a-Nova, esperam que a obra avance em breve, muito provavelmente no segundo semestre deste ano."
A questão está nesta última inocente frase. Será que foi o jornalista que inventou este prazo do nada? E de forma inocente? Ou foi "soprado" pelos dois ilustres protagonistas? Segundo semestre desse ano? Portanto, seria entre Julho e Dezembro de 2006, certo? E não passou já um semestre de 2007, e o segundo terminará em breve? Ou somos nós que afinal não entendemos nada de datas?!
Vou-vos contar uma coisa, para não pensarem que quero arvorar em modelo de virtudes, criticando só por criticar: atrasei-me este ano na entrega do IRS, ou seja, falhei a entrega da declaração no prazo previsto, com o qual me comprometi. Nada de grave, excepto o facto de que o meu atraso teve, muito naturalmente consequências, e foi sem surpresa que recebi das Finanças uma carta para pagamento de 25 Euros de penalização pelo facto. É mau, eu sei, mas acontece. Mas apesar de tudo a data foi-me imposta. Que dizer se fosse eu próprio a fixar a data, e depois não cumprisse?
Para que serve esta analogia? Bem, não sei qual a opinião das outras pessoas. Por mim, acho que está na altura de começar a cobrar e a pedir responsabilidades aos políticos. Se (tal como eu com as Finanças), falham os prazos (criados artificialmente por eles mesmos, sublinhe-se), têm que ser penalizados. Se eles próprios polemizam e fazem inchar determinados assuntos por forma a colher dividendos, e anunciam coisas como se fossem já para amanhã ou como se estivessem já ali ao virar da esquina, avançando datas que afinal não se cumprem, o que temos que pensar perante isto? Ou é legítimo que os anúncios e os prazos sirvam para aparecer nas notícias e nos jornais, mas depois não sirvam para aquilo que de facto deviam servir, ou seja, para cumprir?
Friso: não se trata apenas de um caso isolado, pois relativamente a este assunto, esta situação repetiu-se várias vezes. Mau nem é falharem-se prazos (o que pode acontecer), o mal é isso acontecer sistematicamente por se avançarem prazos e datas irrealistas apenas para obter com isso notoriedade. Se esses mesmos prazos fossem vinculativos, de certeza que seriam anunciadas menos datas, e quase todas cumpridas, por serem de facto reais. De certeza que se os políticos pagassem multa por cada prazo anunciado apenas com fins políticos e especulativos aprenderiam rapidamente a não nos enganarem ou gerarem falsas expectativas.
Por mim, estou farto. Cada vez mais, em relação aos anúncios dos políticos, penso como muito bem diz o povo que, antes de esta o pôr, "não se deve contar com o ovo no cu da galinha".